Dependência do tabaco

Considerado uma doença crônica devido à dependência da nicotina, o tabagismo é reconhecido como uma dependência química que expõe os indivíduos a inúmeras substâncias tóxicas. Desde 1997, a dependência de nicotina está inserida na Classificação Internacional de Doenças (CID-10), item F 17.2 (Transtornos mentais e comportamentais decorrentes do uso de tabaco) no grupo de transtornos decorrentes do uso de substância psicoativa.

A nicotina é uma droga poderosa que atinge o cérebro dentro de segundos após a pessoa fumar. A ação química da nicotina no cérebro, que basicamente é de prazer e certo relaxamento, acaba criando uma necessidade que leva a pessoa a querer fumar mais. Esse prazer se deve ao fato de que os receptores de nicotina estão presentes em uma área do cérebro que se chama sistema de recompensa cerebral. Todas as drogas que causam dependência, em última análise, provocam liberação de dopamina neste sistema.

Definição de tabaco e de alguns termos relacionados ao tema:

Compulsão: necessidade poderosa de consumir a substância, o fumante não consegue determinar a quantidade e o impulso de fumar.

Fissura: também conhecida como craving, é um forte impulso para usar a substância, um desejo intenso de fumar.

Fumar passivo ou tabagismo passivo: a inalação por não fumantes da fumaça dos derivados do tabaco e produtores de fumaça, em ambientes fechados, inalação involuntária da fumaça.

Nicotina: um alcalóide que é a principal substância psicoativa do tabaco. Cada tragada de fumaça de tabaco inalada contém nicotina que é rapidamente absorvida através dos pulmões e chega ao cérebro em segundos. Provoca tolerância e dependência.

Síndrome de abstinência: conjunto de sinais e sintomas que surgem na suspensão do consumo de drogas geradoras de dependência física e psíquica. A cessação do uso da nicotina produz a síndrome de abstinência, a qual ocorre por falta de estimulação do sistema nervoso central causado pelo uso da nicotina. 

Substância psicoativa: Uso de drogas que alteram o estado mental. Uma substância que quando ingerida afeta, por exemplo, cognição e humor.

Tabaco: qualquer preparação das folhas da Nicotiana tabacum, uma planta nativa da América, seu principal ingrediente psicoativo é a nicotina.

Tabagismo: o termo tabagismo pode ser utilizado para denominar o consumo de qualquer produto derivado do tabaco.

Tolerância: necessidade do uso de quantidades cada vez maiores da substância para se obter os mesmos resultados anteriores.

A nicotina é um ingrediente psicoativo altamente indutor a dependência. O tabaco usado para produzir cigarros é ácido e, por isso, o fumante precisa tragar para que a nicotina seja absorvida nos pulmões. 

 Efeitos do uso do tabaco

– elevação leve no humor;

– diminuição do apetite;

– diminuição do tônus muscular;

– dificuldade respiratória;

– tosses e espirros;

– aumento dos batimentos cardíacos;

– aumento da pressão arterial;

– aumento da frequência respiratória;

– aumento da atividade motora;

– aumento da concentração;

– diminuição da necessidade de sono.

O tabaco, fumado em qualquer uma de suas formas, causa a maior parte de todos os cânceres de pulmão e é um fator de risco significativo para acidentes cerebrovasculares e ataques cardíacos mortais.

A nicotina parece ser uma das drogas psicoativas de maior acessibilidade, pois a mesma apresenta um baixo custo e é aceita na sociedade de maneira legal.  As pessoas fumam por motivos distintos, assim consomem quantidades diferentes de nicotina, experimentam sintomas variados de abstinência e não são semelhantes em outros aspectos, como idade, presença de comorbidade clínicas ou psiquiátricas, grau de educação, nível socioeconômico etc.

INFORMAÇÕES DO AUTOR:

Dr. Claudio Jerônimo Psiquiatra especialista em transtornos mentais

Formado em Medicina pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho, o Dr. Cláudio Jerônimo da Silva possui residência médica em Psiquiatria pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho.
Registro CRM-SP nº 83201.

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