Dependência de crack

O crack é um mistério a ser desvendado. É uma apresentação da cocaína para ser fumada ou inalada com o propósito de produzir efeitos mais rápidos e intensos. Trata-se de uma droga ilícita, um estimulante do sistema nervoso central, que destrói vidas, sua degradação é muito evidente.

Entre as substâncias com efeitos psicoativos, o crack aparece como a mais potente e prejudicial. Devido ao alto poder avassalador dessa droga, tornou-se um gravíssimo problema de saúde pública.

O impacto do consumo de crack sobre o usuário é extremamente devastador. O uso contínuo do crack leva à exaustão emocional, um grave esgotamento mental e físico, que acaba impedindo a pessoa de trabalhar, estudar, de ter uma vida normal.

Fumar o crack é a via mais rápida de fazer que a droga chegue ao cérebro e provavelmente esta é a razão para rápida progressão para a dependência.

O prazer gerado pela substância no cérebro faz o dependente fumar o crack até a exaustão, sem se preocupar com os riscos. O pulmão é o principal órgão exposto aos produtos da queima do crack. A utilização da droga produz uma euforia de grande magnitude e de curta duração, seguida de intensa fissura e desejo de repetir a dose.

Consumo de crack

O consumo de crack se alastrou em nosso país por ser uma droga de custo mais baixo. Pesquisa realizada pelo II LENAD (Levantamento Nacional de Álcool e Drogas) mostrou que no Brasil temos 01 milhão de usuários de crack e lamentavelmente nosso país é o maior mercado consumidor de crack do mundo.

Um prazer ilusório que dura pouco, a fumaça do crack inalada é conduzida pela circulação sanguínea diretamente dos pulmões para o cérebro em cerca de 6 a 8 segundos. Os efeitos são efêmeros (3 a 5 minutos) e quase sempre seguidos por um desejo incoercível de repetição do consumo.

Entre os usuários de crack, o padrão compulsivo de consumo é o mais recorrente, com duração de vários dias e múltiplos episódios intercalados, muitas vezes, por crimes aquisitivos devido à falta de dinheiro para comprar mais droga e por interrupção condicionada à exaustão física e psicológica.

O crack pode ser obtido tanto da cocaína refinada, como da pasta-base e é fumado, em geral, em cachimbos ou misturado à maconha, no chamado “mesclado”.

Infelizmente o consumo de crack frequentemente implica padrões mais graves de dependência. O crack é uma droga poderosa, capaz de mudar o comportamento do indivíduo, deixando-o pouco disponível para o tratamento.

Ajuda profissional

O dependente de crack é um paciente que apresenta difícil adesão ao tratamento, exigindo abordagens mais intensivas. Os fatores que dificultam o acesso ao tratamento são o não reconhecimento do uso como problema, o preconceito e a dificuldade para conseguir acesso.

A maioria dos usuários não consegue deixar a dependência por conta própria e necessita de ajuda de um profissional. São inúmeros os desafios para a realização do tratamento em usuários de crack, a ambivalência do dependente deve ser levada em conta “eu quero, mas “não quero parar” de usar drogas, alguns até reconhecem os malefícios do uso, entretanto, continuam atraídos pelo poder do destruidor da droga.

Importante destacar que os prejuízos cognitivos do uso crônico do crack contribuem para o isolamento do indivíduo e a baixa adesão ao tratamento.

O processo de avaliação do paciente e/ou dependente é importantíssimo para a elaboração do tratamento. Cabe ao psiquiatra uma avaliação cuidadosa, criando uma aliança terapêutica, favorecendo o engajamento do cliente e/ou paciente no tratamento.

Referência:

O tratamento do usuário de crack – Marcelo Ribeiro, Ronaldo Laranjeira (Orgs) 2ª edição – Porto Alegre: Artmed, 2012.

INFORMAÇÕES DO AUTOR:

Dr. Claudio Jerônimo Psiquiatra especialista em transtornos mentais

Formado em Medicina pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho, o Dr. Cláudio Jerônimo da Silva possui residência médica em Psiquiatria pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho.
Registro CRM-SP nº 83201.

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