Transtorno bipolar

“Fulano é assim meio bipolar”, uma hora está muito alegre e ao longo do dia muda seu humor, fica triste, desanimado. O termo bipolar passou a fazer parte do vocabulário popular, estas alterações de humor são comuns para qualquer pessoa.

Entretanto, o assunto é sério, o transtorno bipolar é uma doença mental caracterizada por intensas mudanças de humor ocorrendo episódios de euforia (mania), depressão e períodos intercalados de irritabilidade e têm pessoas que ainda não conhecem o real significado da doença que afeta milhões de brasileiros e causa muito sofrimento no paciente e em sua família. 

O transtorno bipolar é uma condição psiquiátrica crônica, que se inicia geralmente na adolescência ou no início da na vida adulta, que traz prejuízos significativos para o indivíduo e tem um elevado risco de mortalidade, por risco aumentado de suicídio.

A causa exata do transtorno bipolar é desconhecida. Esse distúrbio permanece sendo um dos transtornos mentais mais prevalentes na população, e seu impacto na vida dos portadores e das pessoas que com eles convivem é significativo, exigindo atenção especial por parte dos profissionais da área da saúde mental.

Tipos de transtorno bipolar

Os transtornos bipolares são classificados em tipo I e  tipo II, dependendo da intensidade, duração e ciclagem das fases (tempo entre uma fase e outra).

Tipo I: deve haver episódios depressivos intercalados com fases de normalidade e pelo menos uma (mas geralmente várias) fase maníaca bem caracterizada.

Tipo II: ocorrem episódios depressivos intercalados com períodos de normalidade e seguidos de fases hipomaníacas.

Transtorno ciclotímico: por pelo menos dois anos, deve haver numerosos períodos com sintomas hipomaníacos e sintomas depressivos (que não satisfazem os critérios para episódio depressivo).

Importância do diagnóstico correto 

É comum os profissionais diagnosticarem erroneamente portadores de transtorno bipolar quando estão em fase maníaca ou depressiva. Ou seja, muitas vezes se atribui o diagnóstico de depressão para pacientes na fase depressiva do transtorno bipolar. Além disso, nem toda variação intensa de humor é transtorno bipolar. Esse quadro pode estar associado a outras comorbidades.  É necessário cuidado e uso de critérios rigorosos para diagnosticar esse transtorno.

De acordo com o DSM – V, para o diagnóstico do transtorno bipolar é essencial a identificação de um episódio de mania ou hipomania. O diagnóstico correto possibilita o tratamento adequado dessa condição de difícil manejo.  

Tratamento

O tratamento do transtorno bipolar é fundamental para prevenir o agravamento natural da doença, restabelecer ao máximo a vida prévia do paciente e reduzir ao mínimo o risco de suicídio. O transtorno bipolar não tem cura, mas pode ser controlado. O tratamento farmacológico é indicado em todas as fases da doença.

Antes de iniciar o tratamento, é necessário realizar uma avaliação completa do indivíduo, veja alguns pontos importantes a considerar antes do tratamento medicamentoso do transtorno bipolar:

– identificar se o paciente possui o transtorno bipolar tipo I ou tipo II;

– avaliar o risco de suicídio e a necessidade de internação;

– investigar tabagismo, uso de substância psicoativa, intoxicação e risco de abstinência;

– avaliar suporte psicossocial;

– avaliar o comprometimento cognitivo e funcional;

– analisar tolerabilidade, adesão, dose e resposta a tratamentos prévios e atuais;

– examinar os fatores associados com o episódio atual;

– pesquisar as comorbidades clínicas e psiquiátricas;

– examinar histórico familiar do transtorno bipolar, de outros transtornos mentais, de suicídio e de doenças cardiovasculares;

– aferir pressão arterial.

Caso necessite de ajuda, agende uma consulta com o Dr. Cláudio Jerônimo, seu consultório fica localizado na Praça Santo Agostinho, 70 – Conj. 55 – Edif. Satélite – Paraíso, São Paulo.⠀

Fonte: Transtorno bipolar: teoria e clínica [recurso eletrônico] / Organizadores, Flávio Kapczinski, João Quevedo. – 2. ed. – Porto Alegre : Artmed, 2016.

Texto escrito por Adriana Moraes – Psicóloga especialista em Dependência Química

INFORMAÇÕES DO AUTOR:

Dr. Claudio Jerônimo Psiquiatra especialista em transtornos mentais

Formado em Medicina pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho, o Dr. Cláudio Jerônimo da Silva possui residência médica em Psiquiatria pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho.
Registro CRM-SP nº 83201.

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