Esquizofrenia

 

A esquizofrenia é a principal forma de psicose, marcada por diversos surtos cercados por delírios e alucinações, que se caracteriza pela perda do contato com a realidade.

A Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) descreve a esquizofrenia como um transtorno mental grave que afeta cerca de 23 milhões de pessoas em todo o mundo. Psicoses, incluindo a esquizofrenia, são caracterizadas por distorções no pensamento, percepção, emoções, linguagem, consciência do “eu” e comportamento. O transtorno pode tornar difícil para as pessoas afetadas trabalhar ou estudar normalmente.

A esquizofrenia geralmente tem início ao fim da adolescência ou no começo da vida adulta. O tratamento com medicamentos e apoio psicossocial é eficaz. Ampliar o acesso a formas de assistência cotidiana, atenção domiciliar e suporte para a inserção no mercado de trabalho são medidas de apoio para que as pessoas que sofrem com transtornos mentais graves, como a esquizofrenia atinja os objetivos de sua reabilitação, já que enfrentam maiores dificuldades em acessar empregos ou residência.   

Principais sintomas

Delírios e alucinações estão entre os principais sintomas dessa doença tão complexa. 

Os delírios presentes na esquizofrenia caracterizam-se por serem crenças errôneas, muitas vezes envolvendo a interpretação equivocada de percepções ou experiências.   Seu conteúdo pode incluir temas de caráter persecutório, referencial, místico, religioso ou grandiosos, entre outros.

As alucinações são alterações da sensopercepção que podem ser auditivas, visuais, olfativas, gustativas e táteis. A auditiva é a mais comum na esquizofrenia, sendo percebida como uma voz distante do pensamento da própria pessoa.

A desorganização do pensamento acontece quando a pessoa não consegue manter uma linha coerente de pensamento, muita vezes saltando de um assunto para o outro ou ainda em formas mais graves, tendo um discurso incompreensível.

A esquizofrenia se manifesta de forma variada, os principais sintomas são divididos em dois grupos conhecidos por sintomas positivos e negativos:

Sintomas positivos

– delírios;

– alucinações;

– distorções ou exageros em linguagem e comunicação;

– discurso desorganizado;

– comportamento desorganizado;

– comportamento catatônico;

– agitação.

Sintomas negativos

– retraimento emocional, embotamento afetivo;

– anedonia;

– retraimento social apático;

– dificuldade no pensamento abstrato;

– falta de espontaneidade;

– pensamento estereotipado;

– alogias restrições na influência e na produtividade do pensamento e da fala.

Esquizofrenia e uso de maconha

É inegável que a maconha é uma das drogas ilícitas mais polêmicas do momento. O uso de substâncias perturbadoras do sistema nervoso central, como a maconha, pode acelerar a ocorrência de quadros psicóticos. Entre os vários malefícios do uso da maconha, estudos indicam que o uso da erva pode aumentar o risco de desenvolvimento de esquizofrenia.

Pacientes com diagnóstico de esquizofrenia tem alta prevalência de transtorno por uso de maconha. O uso de substâncias entre pessoas com esquizofrenia já é bem estabelecido, podendo chegar a 50% dos casos. Em geral, pessoas com esquizofrenia percebem o uso da maconha como recurso para estabelecer sua identidade, percebida como danificada, bem como para alcançar certo alívio do sofrimento e das consequências sociais negativas do diagnóstico.

A maconha é conhecida por estimular os sintomas positivos da esquizofrenia, por exemplo, alucinações e delírios, pode também agravar os efeitos negativos e favorecer a recaída, com repercussões negativas sobre a qualidade de vida.

Preconceito / tratamento

O estigma e a discriminação podem diminuir o acesso à saúde e aos serviços sociais. O preconceito e a falta de conhecimento sobre a doença podem impactar diretamente na vida da pessoa que tem a doença, atrapalhando a busca de tratamentos específicos.

A esquizofrenia não tem cura, mas tem tratamento e controle. Através da combinação de medicamentos, os antipsicóticos ajudam a controlar principalmente os sintomas positivos da doença, como alucinações, delírios ou alterações do comportamento, o uso da medicação de forma contínua poderá prevenir novas crises.

A psicoterapia também é muito eficaz associada ao tratamento farmacológico, oferecendo suporte para o paciente superar as dificuldades impostas devido à doença. Sem as intervenções adequadas, o portador da esquizofrenia corre risco de suicídio. Com o tratamento e suporte social, as pessoas afetadas podem voltar a ter uma vida produtiva e integrada à sociedade.

Caso necessite de ajuda, agende uma consulta com o Dr. Cláudio Jerônimo, seu consultório fica localizado na Praça Santo Agostinho, 70 – Conj. 55 – Edif. Satélite – Paraíso, São Paulo.⠀

Fonte: Maconha: prevenção, tratamento e políticas públicas/organizadoras Alessandra Diehl, Sandra Cristina Pillon – Porto Alegre – Artmed, 2021 

Texto escrito por Adriana Moraes – Psicóloga especialista em Dependência Química

INFORMAÇÕES DO AUTOR:

Dr. Claudio Jerônimo Psiquiatra especialista em transtornos mentais

Formado em Medicina pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho, o Dr. Cláudio Jerônimo da Silva possui residência médica em Psiquiatria pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho.
Registro CRM-SP nº 83201.

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