Sintomas da depressão

A depressão é uma doença crônica que exige diagnóstico médico e necessita de tratamento.  Cada tipo de depressão guarda características específicas e peculiares.  Caracterizada principalmente pela tristeza profunda e constante, perda de interesse generalizada e sentimento de vazio em relação à vida, muita gente ainda confunde os sintomas da doença com uma tristeza ou desânimo comum, algo normal e que acomete a todos nós em diversos momentos da vida.

Por surgirem também sintomas físicos, como cansaço, insônia e dores, muitos pacientes e/ou clientes procuram por clínicos gerais, que, muitas vezes, acabam não reconhecendo o desenvolvimento da doença psiquiátrica. Então, o diagnóstico certo, muitas vezes, acaba sendo traçado depois de meses ou anos com os sintomas e, geralmente, após o paciente ter passado por especialidades médicas diversas. Por isso, vale se atentar aos sinais do seu corpo e os sintomas característicos da depressão para buscar o tratamento adequado.

A depressão pode acometer pessoas independentemente do sexo e surgir em qualquer idade, inclusive em crianças e idosos, mas é mais frequente em mulheres e em adultos jovens. Além disso, ela pode se apresentar em diferentes níveis de gravidade (leve, moderada e grave), com diferentes sintomas, que nem sempre são reconhecidos, mesmo por médicos que não estão habituados com o quadro. 

Sintomas da depressão

O humor depressivo inclui uma série de sentimentos e emoções: o indivíduo sente-se infeliz, desesperançoso, apresenta acessos de choro e níveis bastante reduzidos de autoestima e autoconfiança. Sentimento de culpa e menos-valia (sente-se pouco valorizado) também são frequentes e contribuem para o sofrimento dilacerante que o deprimido vivencia no cotidiano. De forma aparentemente contraditória, mas não menos comum, muitos indivíduos com depressão não se sentem ou até mesmo não demonstram estar depressivos, mas estão, e certamente sofrem muito.

A depressão pode se manifestar de diferentes formas:

Sintomas afetivos:

– Tristeza melancolia;

– Choro fácil;

– Apatia (indiferença);

– Sentimento de falta de sentimento (vazio completo);

– Sentimento de tédio, aborrecimento crônico;

– Irritabilidade aumentada;

– Angústia;

– Ansiedade;

– Desespero;

-Desesperança.

Alterações Instintivas e Neurovegetativas:

– Fadiga, cansaço fácil e constante;

– Desânimo, diminuição da vontade;

– Insônia ou hipersonia;

– Perda ou aumento do apetite;

– Diminuição da libido;

– Anedonia (incapacidade de sentir prazer).

Alterações ideativas:

– Ideação negativa, pessimismo;

– Ideias de arrependimento ou de culpa;

– Ruminações com mágoas antigas;

– Visão do mundo marcada pelo tédio;

– Desejo de desaparecer, dormir para sempre, ideias de morte;

– Ideação, planos ou atos suicidas.

Os pacientes e/ou clientes com depressão mostram-se desinteressados por tudo ou mesmo aborrecidos com sua vida familiar, profissional e/ou afetiva. Tudo o que outrora era vivenciado com interesse ou prazer deixa de fazer sentido, provocando uma mudança radical em seus hábitos, suas rotinas e suas atividades em geral.  

Os prejuízos causados nas funções cognitivas dos deprimidos se refletem na grande dificuldade que eles apresentam a cada decisão que precisam tomar. Também apresentam déficit de atenção e concentração, algumas pessoas tendem a ficar na cama o dia todo e em quadros mais graves apresentam sintomas psicóticos, entre esses delírios e alucinações.

É importante destacar que, na maioria das vezes, os sintomas depressivos são percebidos pelos familiares e pelas pessoas próximas do deprimido bem antes dele mesmo. Somente depois, ou até mesmo dentro do consultório psiquiátrico e/ou psicológico, é que ele passa a se conscientizar do seu estado.

Se necessário, busque ajuda especializada!

Referência: Livro Mentes Depressivas: as três dimensões da doença do século/ Ana Beatriz Barbosa Silva – Editora Pricipium – 2016