Mágoa e perdão: um equilíbrio essencial para a felicidade

Dr. Claudio JerônimoPsiquiatra especialista em transtornos mentais

 

Ao longo de nossas vidas, experimentamos uma variedade de sentimentos, desde alegria e euforia até tristeza e raiva. Entre esses, há um que é frequentemente negligenciado: a mágoa. Quando não processada adequadamente, essa emoção pode impactar profundamente nossa saúde mental. Neste texto, vamos entender como a mágoa afeta nosso bem-estar emocional e de que forma podemos lidar com ela.

A mágoa pode comprometer nosso equilíbrio emocional e psicológico. Originada por frustrações, decepções ou injustiças, essa emoção desencadeia reações negativas, como tristeza, ressentimento, raiva e até amargura. Com o tempo, a mágoa pode se acumular, gerando quadros de ansiedade, depressão e raiva reprimida. Esses sentimentos intensos e não resolvidos tendem a contribuir para o isolamento social, prejudicar nossas relações interpessoais e interferir em nossa autoimagem, alimentando inseguranças e enfraquecendo nossa resiliência.

 

Como a mágoa afeta nossa mente?

A mágoa é um dos principais desencadeadores de problemas de saúde mental, impactando-nos de várias maneiras:

Ruminação: Ela nos prende ao passado, fazendo com que revivamos repetidamente a situação dolorosa, dificultando o avanço e a cura.
Ansiedade e depressão: Está frequentemente associada a emoções como tristeza, raiva e frustração, que podem agravar quadros de ansiedade e depressão.
Isolamento social: Pode nos levar a afastar as pessoas, prejudicando relacionamentos saudáveis.
Baixa autoestima: A mágoa pode minar nossa autoconfiança e nos fazer questionar nosso próprio valor.
Dificuldade em perdoar: A incapacidade de perdoar mantém a ferida aberta, impedindo a cura.
Estresse crônico: Quando prolongada, a mágoa pode causar estresse crônico, com consequências físicas como dores de cabeça, problemas digestivos e distúrbios do sono.

 

Como lidar com a mágoa?

Diante da mágoa, é comum nos afastarmos do que nos causou dor, permitindo-nos entender melhor nossas emoções. Aqui estão algumas estratégias para lidar com ela:

Reconheça a mágoa: O primeiro passo é reconhecê-la e permitir-se sentir as emoções associadas.

Expresse seus sentimentos: Compartilhar o que sente com um amigo, familiar ou terapeuta pode ajudar.
Pratique a gratidão: Focar nas coisas boas da vida ajuda a equilibrar as emoções negativas.
Cuide de si mesmo: Pratique hábitos saudáveis, como exercício físico, boa alimentação e sono adequado.
Busque ajuda profissional: Um especialista pode oferecer estratégias para lidar com a mágoa de forma eficaz.

 

A importância do perdão 

Perdoar alguém que nos magoou é um processo complexo e individual, que exige tempo e esforço. Não se trata de justificar as ações alheias, mas de libertar-se do fardo emocional da mágoa. Esse ato de libertação pessoal nos permite seguir em frente e alcançar a paz interior. Embora perdoar não seja fácil, os benefícios para a saúde mental são muitos: redução da ansiedade e da depressão, melhora na qualidade do sono, fortalecimento dos relacionamentos e aumento da autoestima.

 

Poeta William Shakespeare

Sentimos a mágoa, mas não somos controlados por ela. Temos o poder de escolher como reagir à dor. As palavras do poeta William Shakespeare, ‘não posso escolher como me sinto, mas posso escolher o que fazer a respeito’, nos lembram que somos os autores de nossas próprias vidas. Em vez de sermos vítimas das circunstâncias, podemos transformar a mágoa em um ponto de partida para a mudança. Ao buscar novas soluções e perspectivas, demonstramos nossa capacidade de superar desafios e construir um futuro mais positivo.

A terapia pode ser uma ferramenta poderosa para desvendar a origem da mágoa, aliviando o peso emocional que carregamos. Ao questionarmos o motivo de uma situação nos causar tanto sofrimento e o significado que ela tem em nossa vida, iniciamos o processo de cura e libertação.

É normal sentir mágoa após uma experiência dolorosa, mas, quando essa emoção afeta nossa qualidade de vida, lembrar que não estamos sozinhos pode ser reconfortante.

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Texto escrito por Adriana Moraes – Psicóloga especialista em Saúde Mental e Dependência Química

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INFORMAÇÕES DO AUTOR:

Dr. Claudio Jerônimo Psiquiatra especialista em transtornos mentais

Formado em Medicina pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho, o Dr. Cláudio Jerônimo da Silva possui residência médica em Psiquiatria pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho.
Registro CRM-SP nº 83201.