Depressão – Espírito Natalino

Dr. Claudio JerônimoPsiquiatra especialista em transtornos mentais

Chegamos ao mês de dezembro, mais um Natal se aproximando e neste clima de alegria, 2022 está chegando ao fim. Apesar de ser um mês de festas e confraternizações, muitas pessoas infelizmente não sentem essa felicidade e o “espírito natalino” vem carregado de angústia e desesperança.

A época do fim de ano desperta emoções e pode ser um momento mais difícil para lidar com as frustrações e com os sentimentos negativos, que podem afetar diretamente a saúde mental. Estava observando algumas frases em uma live sobre o Natal, inúmeras pessoas ficam mal neste período de festas:

– “Quando chega essa época do ano, minha ansiedade aumenta”;
– “Eu detesto Fim de Ano, Natal e Ano Novo, choro, sinto angústia”;
– “Ao chegar dezembro sempre fico extremamente exausta, esgotada”;
– “É a fase do ano que eu fico mais triste, não vejo alegria em nada, se pudesse dormia antes do Natal e acordava só no Ano Novo”;
– “Sempre considerei o Natal um período difícil, prefiro ficar sozinha, sofrer sozinha”;
– “O que me deixa angustiada são as lembranças de pessoas queridas que já se foram, fico muito triste”;

– “O ritual do Natal me deixa deprimida, sinto vontade de morrer, depois passa”;

– “Época que fico mais esgotada, lembranças, confraternizações, presentes, contas, isso é muito estressante, odeio final ano”;

– “Sinto uma tristeza profunda, angústia e muita saudades, esse é o meu Natal e o Ano Novo também”.

Através destes breves relatos, vimos que essa época festiva é um momento delicado e temido, especialmente, para aqueles que não têm o que comemorar e não estão motivados com a chegada do novo ciclo e desejam apenas que essas datas ocorram rapidamente, para retornarem à rotina do dia a dia. 

Tristeza ou depressão?
Muitas pessoas comparam a infelicidade que sentem no final do ano com depressão. O Natal costuma ser o período do ano que mais afeta pessoas depressivas, mas é importante diferenciar a doença de uma tristeza ou um baixo astral da magia natalina. 

São muitos os fatores que contribuem com o sentimento de tristeza nessa época festiva: solidão, insatisfação pessoal, sensação de vazio, decepções ao longo do ano, mágoas, estresse, lembranças de outras festas, excesso de saudade. Não podemos deixar de lado o impacto causado pela pandemia, às dificuldades financeiras, o desemprego, morte de entes queridos, o que reforça ainda mais o sofrimento. 

Um dos sintomas da depressão é a tristeza, mas ficar triste no Natal não é sinônimo de depressão, a tristeza é um sentimento normal e não afeta a rotina, passando as comemorações, tudo volta ao normal. 

A depressão causa uma dor profunda, que parece que nunca terá fim, é uma doença psiquiátrica cuja alteração principal é o humor deprimido e perda de interesse ou prazer por, no mínimo, duas semanas.

Dependendo da intensidade dos sintomas, o quadro depressivo pode ser caracterizado como leve, moderado ou grave. Os sintomas da depressão costumam aparecer de forma mais leve e tendem a piorar ao longo do tempo, podendo chegar ao ponto de causar grande sofrimento, incapacidade de trabalhar, de realizar atividades corriqueiras e manter as relações sociais. No pior dos casos, a depressão pode levar ao suicídio, quando a pessoa não recebe a devida assistência.

Balanço de fim de ano
Então é Natal, e o que você fez? É um tempo de reflexão, do tradicional balanço de fim de ano, do que realizamos ou deixamos de realizar ao longo do ano e de muitas expectativas em relação ao ano que se aproxima. É o momento de fazer planos para o futuro, traçar novas metas, mas lembre-se que não é algo obrigatório.   

Finalizo lembrando para os que não gostam das comemorações do fim de ano e ficam deprimidos, que embora essa tristeza na maioria dos casos seja algo breve, desencadeada somente nesse período do ano, é importantíssimo buscar formas para aliviar o sofrimento, principalmente se a tristeza se prolongar e se tornar patológica. 

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Texto escrito por Adriana Moraes – Psicóloga especialista em Dependência Química

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INFORMAÇÕES DO AUTOR:

Dr. Claudio Jerônimo Psiquiatra especialista em transtornos mentais

Formado em Medicina pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho, o Dr. Cláudio Jerônimo da Silva possui residência médica em Psiquiatria pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho.
Registro CRM-SP nº 83201.