Dependência de álcool
Dr. Claudio Jerônimo Psiquiatra especialista em transtornos mentais
Tudo vira motivo para beber, comemorações, aniversários, casamentos, formaturas, aquele futebol no final de semana, o consumo de bebidas alcoólicas está sempre presente, mas dependendo da quantidade de doses ingeridas, pode se transformar em um hábito prejudicial e descontrolado. É fundamental entender que, embora o álcool possa proporcionar momentos de relaxamento e prazer, o seu consumo em excesso pode ter um impacto devastador na vida daqueles que o utilizam descontroladamente.
O álcool é uma droga lícita (permitida por lei, comercializada de forma legal, exceto para os menores de 18 anos). A dependência do álcool está inserida na Classificação Internacional de Doenças (CID-10), item F 10 (Transtornos mentais e comportamentais devidos ao uso de álcool) no grupo de transtornos decorrentes do uso de substância psicoativa.
A dependência do álcool deve ser entendida como uma doença de caráter biopsicossocial, que se instala por meio de um processo que decorre ao longo de um continuum de uso de bebida alcoólica. Esse processo passa pelo uso experimental, uso de baixo risco, uso nocivo, dependência leve, dependência moderada e dependência grave. É difícil estabelecer um ponto preciso ao longo desse processo que determine a passagem de um ponto ao outro.
O consumo de álcool induz tolerância (necessidade de quantidades progressivamente maiores da substância para produzir o mesmo efeito desejado) e síndrome de abstinência (sintomas desagradáveis que ocorrem com a redução ou com a interrupção do uso da substância).
Entretanto, pesquisas realizadas por Edwards Griffith demonstram os principais fatores presentes na síndrome de dependência, são sete sinais e sintomas que compõem a síndrome da dependência alcoólica:
– Estreitamento de repertório;
– Síndrome de abstinência;
– Aumento dos sintomas da síndrome de abstinência pelo uso;
– Fissura ou craving;
– Evidência de tolerância;
– Saliência do comportamento de busca;
– Reinstalação da síndrome de dependência depois de recaída.
Independente da primeira queixa trazida pelo paciente ou familiar, é muito importante que o profissional que recebe qualquer paciente acrescente perguntas relacionadas ao uso de bebidas alcoólicas em sua triagem. Caso o paciente confirme o uso, é relevante questionar sobre frequência e padrões. Para que se tenha uma padronização da quantificação de uso de álcool, o profissional deve saber calcular a quantidade de bebida relatada em “unidades de álcool”.
Busca por ajuda profissional
O primeiro passo essencial é o reconhecimento do problema e a busca por ajuda profissional. Através de intervenções adequadas, como terapias comportamentais e tratamentos médicos, é possível iniciar o processo de recuperação e retomar o controle sobre a vida. Portanto, ao invés de permitir que o álcool domine nossas vidas, devemos buscar um equilíbrio saudável e consciente em nossas escolhas. Celebremos as ocasiões especiais e momentos de felicidade, mas sempre com moderação e responsabilidade. Afinal, a verdadeira celebração está na preservação da saúde e no bem-estar de todos.
Caso necessite de ajuda, agende uma consulta com o Dr. Cláudio Jerônimo!
Texto escrito por Adriana Moraes – Psicóloga especialista em Saúde Mental e Dependência Química
INFORMAÇÕES DO AUTOR:
Dr. Claudio Jerônimo Psiquiatra especialista em transtornos mentaisFormado em Medicina pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho, o Dr. Cláudio Jerônimo da Silva possui residência médica em Psiquiatria pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho.
Registro CRM-SP nº 83201.