Agorafobia: O medo de sair de casa
Dr. Claudio JerônimoPsiquiatra especialista em transtornos mentaisMaria (nome fictício), 25 anos, solteira, estudante universitária, há cerca de 5 anos começou a sentir uma ansiedade intensa quando estava em lugares públicos ou com muitas pessoas. Ela começou a evitar essas situações, ficando cada vez mais isolada em casa. A jovem explicou que seu primeiro ataque de pânico ocorreu quando ela estava no shopping com a família. Começou a sentir uma sensação de aperto no peito, falta de ar e tontura. Ela ficou com medo de morrer e pediu para que a família a levasse para casa. Após esse episódio, Maria começou a evitar lugares públicos, como shoppings, supermercados, cinemas, teatros e também começou a faltar às aulas na faculdade, prejudicando seu desempenho acadêmico. Ela também evitava viajar de ônibus, metrô ou carro, só saía de casa quando era absolutamente necessário, e sempre acompanhada de alguém de confiança.
Agorafobia
Existem diversas categorias de fobias, esses comportamentos citados pela Maria são característicos da agorafobia, um transtorno de ansiedade que se caracteriza pelo medo de estar em espaços abertos ou de ficar preso em lugares públicos, dos quais é difícil escapar ou onde não haverá ajuda disponível se a pessoa tiver um ataque de pânico ou sintomas de ansiedade intensa. Essas situações ou locais são frequentemente evitados ou suportados com muita angústia.A agorafobia pode ter um efeito profundo na vida das pessoas que sofrem com esse transtorno. Ela pode tornar difícil ou mesmo impossível sair de casa, trabalhar, estudar ou manter relacionamentos. Trata-se de um distúrbio que impacta os pensamentos, emoções e comportamentos. Este transtorno é caracterizado pelo temor de situações que possam induzir sentimentos de desamparo, constrangimento ou aprisionamento.
Sintomas
Os sintomas da agorafobia podem variar de pessoa para pessoa, mas geralmente incluem:
Medo de espaços abertos: a agorafobia frequentemente envolve o medo intenso de estar em locais amplos e abertos, como praças, ruas movimentadas ou grandes áreas ao ar livre;
Receio de lugares lotados: pessoas com agorafobia muitas vezes evitam situações em que há uma grande concentração de pessoas, como shoppings, cinemas ou eventos públicos, devido ao desconforto e ansiedade associados;
Dificuldade em sair de casa: algumas pessoas com agorafobia têm dificuldade em deixar suas residências, sentindo-se mais seguras e confortáveis em ambientes familiares;
Preocupação com a incapacidade de escapar: a preocupação constante em relação à incapacidade de sair rapidamente de uma situação temida é uma característica comum da agorafobia;
Sintomas físicos de ansiedade: podem ocorrer sintomas físicos, tais como palpitações, tremores, sudorese, tonturas, náuseas ou dificuldade em respirar, quando confrontados com situações temidas;
Esforços para evitar situações temidas: pessoas com agorafobia muitas vezes fazem esforços significativos para evitar as situações que desencadeiam sua ansiedade, o que pode impactar negativamente suas vidas sociais, profissionais e pessoais.
Em casos graves, esse transtorno pode levar à reclusão social. As causas da agorafobia não são totalmente conhecidas, mas acredita-se que resultem de uma interação entre fatores genéticos, ambientais e psicológicos.
Tratamento
O tratamento mais eficaz para agorafobia é a psicoterapia e em alguns casos, é necessário o uso de medicamentos. A terapia cognitivo-comportamental (TCC) é o tipo de psicoterapia mais comumente usado para tratar esse transtorno. A TCC ajuda as pessoas a identificar e desafiar seus pensamentos e crenças irracionais sobre as situações que temem.
A psicoterapia ajuda as pessoas a lidar com a ansiedade a longo prazo, enquanto os medicamentos podem ajudar a reduzir os sintomas da ansiedade no curto prazo, se não for tratada, a agorafobia pode piorar e limitar significativamente a vida da pessoa. A agorafobia também pode aumentar o risco de outros transtornos mentais, como depressão e abuso de substâncias.
Se você acha que pode estar com agorafobia, é importante procurar ajuda profissional. Um psicólogo ou psiquiatra poderá ajudá-lo a entender o seu transtorno e a desenvolver estratégias para lidar com ele. O consultório do Dr. Cláudio Jerônimo fica localizado na Praça Santo Agostinho, 70 – Conj. 55 – Edif. Satélite – Paraíso/São Paulo
Texto escrito por Adriana Moraes – Psicóloga especialista em Saúde Mental e Dependência Química
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INFORMAÇÕES DO AUTOR:
Dr. Claudio Jerônimo Psiquiatra especialista em transtornos mentaisFormado em Medicina pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho, o Dr. Cláudio Jerônimo da Silva possui residência médica em Psiquiatria pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho.
Registro CRM-SP nº 83201.