Psiquiatra especializado em dependência química
Dr. Claudio JerônimoPsiquiatra especialista em transtornos mentaisAntes de abordarmos sobre a atuação e a importância do psiquiatra especializado em dependência química, é importante que se compreenda do que se trata a dependência.
O cérebro humano é naturalmente programado para buscar o prazer, seja por qualquer tipo de atividade, como na alimentação, no ato sexual, no afeto durante as interações sociais, assim como, no consumo de bebidas alcoólicas, no hábito de fumar, em substâncias psicoativas, dentre outras práticas que geram esse bem-estar momentâneo.
Em relação ao uso de drogas, quando essa procura por prazer se torna patológica, incessante, inclusive afetando o comportamento do indivíduo em outros aspectos da sua vida, pode se caracterizar como um quadro de dependência química.
Todas as drogas agem direta ou indiretamente no sistema de recompensa cerebral, área envolvida com a busca de prazer, com papel central no mecanismo da dependência.
Por que um dependente químico deveria se tratar com um psiquiatra?
Em primeiro lugar, sabemos que a dependência química se trata de uma doença do cérebro, ainda que historicamente não tenha sido tratada desta forma. Isso explica o preconceito que ainda predomina na sociedade com essa condição, relacionando o dependente à falta de caráter, a problemas morais e psicológicos.
O fato é que, quando uma pessoa passa a ingerir uma substância psicoativa, ela modifica o funcionamento do seu cérebro até o ponto de desenvolver um comportamento dependente, além das consequências específicas desse quadro, como abstinência e a tolerância, que leva ao aumento gradativo do consumo.
E a psiquiatria, por sua vez, trata os transtornos do comportamento. Mas, no caso da dependência química, essa especialidade tem uma atuação ainda maior.
Relação entre dependência química e transtornos mentais
A dependência química é uma doença psiquiátrica, que, na maioria das vezes, tem relação com outros transtornos mentais. Acredita-se, que em algum período de suas vidas, cerca de 50% dos pacientes com transtornos graves desenvolvem problemas relativos ao consumo de álcool e drogas.
Em consulta, o especialista faz uma avaliação por meio de entrevista, de forma bastante cuidadosa, e na maioria das vezes ele identifica mais de um problema psiquiátrico no paciente, além da dependência química, identificadas como comorbidades (pode ser definida como a ocorrência de duas entidades diagnósticas em um mesmo indivíduo).
Além disso, existem teorias sobre essa relação entre os dependentes químicos e os transtornos psiquiátricos. Por exemplo, pessoas com déficit de atenção e hiperatividade apresentam mais chances de serem acometidas por transtornos causados pelo uso da maconha, da cocaína, dentre outras substâncias.
Entretanto, se esses pacientes forem tratados do quadro de déficit de atenção e hiperatividade a tempo, o risco de terem outros transtornos, inclusive ligados ao uso de drogas, diminui significativamente.
Abuso do álcool e depressão
Casos bastante comuns acontecem principalmente com mulheres após os 40 ou 50 anos, em média, muitas vezes por conta da síndrome do ninho vazio, em que os filhos começam a sair de casa para construir as suas próprias vidas.
Muitas passam a desenvolver um quadro de depressão, se tornando mulheres alcoolistas, e entrando num círculo vicioso. Bebem porque estão depressivas e agravam a depressão por conta da bebida. O consumo de álcool induz tolerância (necessidade de quantidades progressivamente maiores da substância para produzir o mesmo efeito desejado) e síndrome de abstinência (sintomas desagradáveis que ocorrem com a redução ou com a interrupção do uso da substância).
Pela grande capacidade de o álcool produzir sintomatologia semelhante à da depressão e também de mascará-la, o diagnóstico desta deve ser feito com cautela e de preferência após um período de abstinência. Em geral, a depressão antecede o surgimento da dependência do álcool, principalmente em mulheres, porém, na maioria das vezes, é difícil determinar o transtorno primário e o secundário, visto que há interferência entre os transtornos depois de instalada a comorbidade.
Contudo, é bom lembrar que os efeitos do álcool variam conforme a frequência, intensidade de consumo e quantidade ingerida. No uso continuado, ocorre uma alteração nítida de humor, cursando geralmente com maior irritabilidade e sintomas depressivos.
Como funciona o tratamento com um psiquiatra?
É fundamental que seja feito um tratamento integrado. Afinal, não se pode tratar apenas uma das condições do indivíduo, como a dependência química, e não cuidar de algum outro transtorno mental que possa estar envolvido.
O paciente deve ser analisado como um todo, além do seu comportamento dependente. O tratamento integrado das comorbidades associados ao uso de drogas tem sido o mais recomendado, ou seja, deve-se abordar, por exemplo, tanto a depressão quanto os transtornos decorrentes do uso de substâncias ao mesmo tempo.
O surgimento de um transtorno adicional é capaz de alterar a sintomatologia, interferindo no diagnóstico, tratamento e prognóstico da doença. Deve-se observar se existe a necessidade de tratamento farmacológico para o transtorno psiquiátrico, a desintoxicação, a fase inicial de recuperação e a prevenção de recaída.
Portanto, além de um tratamento integrado, esse processo demanda a atuação de uma equipe multidisciplinar, em geral, encabeçada pelo psiquiatra especialista em dependência química.
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INFORMAÇÕES DO AUTOR:
Dr. Claudio Jerônimo Psiquiatra especialista em transtornos mentaisFormado em Medicina pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho, o Dr. Cláudio Jerônimo da Silva possui residência médica em Psiquiatria pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho.
Registro CRM-SP nº 83201.