Impacto psicológico na quarentena

São notáveis os impactos, em curto, médio ou longo prazo, da pandemia provocada pelo novo coronavírus sobre os cenários da saúde e da economia. No entanto, pouco escutamos falar sobre os impactos psicológicos da quarentena, principalmente, para as pessoas que testaram positivo. 

Alguns estudos mostram que as pessoas que estão mantendo o isolamento social há muito tempo, evitando o contato com outros indivíduos, são mais propensas a respostas emocionais negativas, como medo, tristeza, culpa, confusão, raiva, irritabilidade, oscilações de humor, ansiedade e insônia.  

Sendo assim, de acordo com um estudo realizado por Brooks, no início deste ano, identificou-se uma relação direta entre pessoas que tinham histórico de doença psiquiátrica e a apresentação de ansiedade e raiva quatro a seis meses após a liberação da quarentena. Ou seja, essas pessoas precisariam de um suporte extra durante o isolamento social.

Atualmente, os principais fatores de estresse em relação à quarentena são: o tempo de duração, o medo de infecção, a frustração e tédio, as informações inadequadas e a angústia sobre a segunda onda de covid-19.

Como a quarentena está frequentemente associada a efeitos psicológicos negativos, para reduzir os impactos psicológicos do isolamento social para as pessoas envolvidas algumas medidas são sugeridas, como:

• Oferecer às pessoas o máximo de informação possível, para que elas tenham um bom entendimento sobre a doença e também sobre os riscos reais que enfrentam, bem como sobre os motivos da quarentena.
• Criar estratégias para reduzir o tédio, evitando o estresse e a angústia.
• Usar a tecnologia a favor para conversar com amigos e familiares, reduzindo a ansiedade durante o período da quarentena.

Também é fundamental tomar as medidas necessárias para não contribuir com a disseminação de discursos adoecedores em um momento que já gera muita tensão e ansiedade.

Dicas para aliviar o estresse na quarentena 

Esse momento de isolamento social e disseminação do coronavírus, têm trazido incerteza, medos e inseguranças. Contudo, é muito importante gerenciar as emoções para aumentar a imunidade.

Existem ferramentas que nos ajudam na gestão desse estresse e estão disponíveis para todos e podem ser feitas em casa mesmo. Veja abaixo as nossas dicas para aliviar o estresse na quarentena.

Medite

A meditação ajuda a melhorar o sistema imunológico e também é uma aliada no combate ao estresse. Apesar de muita gente dizer que não consegue meditar, tente quantas vezes for necessário. 

A dica é: reserve alguns minutos do seu dia e sente-se confortavelmente com as costas retas. Repouse as mãos sobre as pernas, feche os olhos e acompanhe a sua respiração, o ar entrando e saindo do nariz. Se algum pensamento desviar sua atenção, retorne seu foco para a respiração e repita quantas vezes forem necessárias.

Respire

Tome cuidado com a sua respiração ao longo do dia, pois manter a respiração lenta acalma a mente e diminui o estresse. Uma dica para conseguir diminuir a velocidade da sua respiração é contar até quatro na inspiração e exalar o ar lentamente.

Durma bem

Uma boa noite de sono é benéfica para manter nosso corpo saudável e combater doenças, principalmente as virais, que encontram mais facilidade para entrar em sistemas imunes não tão fortes. 

Coma bem

Dê preferência para alimentos ricos em vitaminas e micronutrientes, priorizando os vegetais, legumes e grãos, ajuda a manter as células do nosso corpo também saudáveis. 

Exercite-se

É possível fazer algum tipo de exercício físico mesmo estando em quarentena dentro de casa. Movimentar-se ajuda a manter os níveis de estresse mais baixos. Contudo, é importante observar o seu corpo e, caso ele peça repouso, reduza a atividade física.

Fique conectado com pessoas que você ama

Tente se manter conectado com as pessoas que você ama, mesmo com o distanciamento, pois essa interação, mesmo que seja por chamadas de vídeo, ajuda a reduzir o estresse e aumentar a felicidade. 

Não se esqueça de manter sempre de espalhar boas notícias! E, caso sinta necessidade ou conheça alguém que precise de ajuda, agende uma consulta!
Artigo escrito pelo Dr. Claudio Jerônimo