Descriminalização da Maconha: um passo perigoso para a Sociedade
Dr. Claudio JerônimoPsiquiatra especialista em transtornos mentaisA maconha se mantém como a droga mais consumida globalmente, segundo o Relatório Mundial sobre Drogas de 2024, com cerca de 228 milhões de usuários. A recente decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) de descriminalizar o uso da maconha no Brasil, tomada no final de junho, pode gerar um novo cenário para o consumo da substância no país e impactar futuras estatísticas mundiais.
Por ser um produto natural de fácil produção e acesso, muitos usuários a consideram a maconha inofensiva à saúde, desconsiderando os riscos de dependência, tolerância e os possíveis prejuízos associados ao seu uso.
O tetrahidrocanabinol (THC), principal psicoativo da maconha, representa um perigo real e iminente para o desenvolvimento cerebral de adolescentes. Sua ação nos receptores cerebrais essenciais para o aprendizado e a memória pode ter consequências gravíssimas para o futuro desses jovens.
Durante a adolescência, o cérebro passa por um período de desenvolvimento, construindo as bases para as habilidades cognitivas que serão utilizadas ao longo da vida. O consumo de maconha nessa fase crítica pode interromper esse processo natural, levando a déficits cognitivos e de memória que podem comprometer seriamente o potencial individual. As alterações cerebrais causadas por essa droga podem ter consequências duradouras para a saúde mental.
Riscos da descriminalização da maconha
A descriminalização da maconha pode trazer diversos riscos, entre eles:
– Aumento no consumo: a percepção de que a maconha é menos perigosa pode levar a um aumento no consumo, especialmente entre jovens.
– Danos à saúde física: o uso contínuo de maconha pode causar problemas respiratórios, como bronquite, e afetar a capacidade cognitiva e a memória.
– Impacto no desenvolvimento cerebral: o consumo de maconha durante a adolescência pode afetar o desenvolvimento cerebral, resultando em prejuízos cognitivos a longo prazo.
– Aumento de acidentes: o uso de maconha pode prejudicar a coordenação motora e o tempo de reação, aumentando o risco de acidentes, especialmente no trânsito.
– Normalização do uso: a descriminalização pode levar à percepção de que a maconha é uma substância inofensiva, diminuindo o estigma e possivelmente aumentando a aceitação social do seu uso.
– Problemas de dependência: apesar de a maconha ser considerada menos viciante que outras drogas, ainda existe o risco de desenvolvimento de dependência, que pode afetar a vida pessoal, social e profissional do usuário.
– Desafios para a saúde pública: o aumento no consumo pode sobrecarregar os serviços de saúde, que terão de lidar com mais casos de dependência e problemas relacionados ao uso de maconha.
Embora o porte de pequenas quantidades de maconha para uso pessoal (até 40 gramas) não seja mais considerado crime, o consumo da substância ainda é proibido por lei. Essa distinção fundamental não deve ser ignorada, e sim utilizada para promover um debate maduro e responsável sobre os riscos da droga.
Portanto, é fundamental que as políticas públicas sejam acompanhadas por campanhas educativas que enfatizem os riscos legais e de saúde associados ao uso da substância.
Diante dos diversos riscos associados à descriminalização da maconha, é evidente que essa decisão foi um equívoco, particularmente quando consideramos os efeitos nocivos sobre os jovens e a sociedade como um todo.
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Referência:
Relatório Mundial sobre Drogas 2024 Escritório Sobre Drogas da ONU (UNODC)
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INFORMAÇÕES DO AUTOR:
Dr. Claudio Jerônimo Psiquiatra especialista em transtornos mentaisFormado em Medicina pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho, o Dr. Cláudio Jerônimo da Silva possui residência médica em Psiquiatria pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho.
Registro CRM-SP nº 83201.