Compulsão alimentar e ansiedade
Dr. Claudio JerônimoPsiquiatra especialista em transtornos mentais
“À procura de orientação médica, Joana, uma mulher de 35 anos, relata mudanças recentes em seus hábitos alimentares e lutas para manter seu peso sob controle. Sua relação com a comida está profundamente ligada às emoções, pois ela tende a exagerar e comer em excesso tanto na felicidade quanto na tristeza. Ela relata episódios frequentes de compulsão alimentar, consumindo grandes quantidades de comida durante períodos de estresse, seguidos por sentimentos de culpa e remorso. Joana também apresenta sintomas de ansiedade, incluindo nervosismo e preocupação excessiva, que pioram durante os episódios de compulsão alimentar”.
Vamos entender a relação entre a compulsão alimentar e a ansiedade, dois temas interligados que frequentemente coexistem, formando uma relação complexa:
Compulsão alimentar
A compulsão alimentar é caracterizada por episódios recorrentes de ingestão excessiva de alimentos. Pode ser desencadeada ou agravada por estados de ansiedade. Muitas pessoas recorrem à comida como uma forma de aliviar o desconforto emocional associado à ansiedade, criando um padrão recorrente onde a ansiedade leva à compulsão alimentar, e esta, por sua vez, intensifica a ansiedade.
O ato de comer em excesso pode proporcionar temporariamente uma sensação de alívio, mas geralmente é seguido por sentimentos de culpa e arrependimento.
Alterações nas substâncias neuroquímicas no cérebro, como a serotonina, que desempenha um papel importante na regulação do humor e do apetite, podem estar associadas tanto à compulsão alimentar quanto à ansiedade. Essas alterações podem contribuir para a busca de conforto na comida durante períodos de ansiedade.
Ansiedade
A ansiedade é um estado emocional caracterizado por uma sensação de tensão, preocupação e medo. É uma resposta normal a situações de estresse ou ameaça, mas pode se tornar um problema quando é persistente e interfere na vida da pessoa.
Quando uma pessoa enfrenta intensa ansiedade e lida com compulsão alimentar, a busca por felicidade e contentamento pode levá-la a consumir alimentos de maneira excessiva, optando por alimentos carregados de açúcar, gordura e carboidratos. Mesmo consciente de que é apenas uma solução temporária, pode-se cair nesse padrão prejudicial de “comer emocional”. Se a pessoa não aprender a lidar com essa ansiedade de forma mais saudável, poderá ficar presa nesse ciclo vicioso de alimentação descontrolada e sentimentos de culpa.
A comida pode ser vista como uma forma de controle em meio ao caos emocional, oferecendo uma sensação momentânea de alívio. Por outro lado, a ansiedade intensa pode causar perda de apetite e dificuldade em comer adequadamente, o que pode levar a deficiências nutricionais e outros problemas de saúde.
Tratamento
Essa interação entre compulsão alimentar e ansiedade pode ter consequências sérias para a saúde física e mental. Além do impacto negativo sobre a imagem corporal e autoestima, a compulsão alimentar pode levar ao ganho de peso não saudável, diabetes, doenças cardíacas e uma série de outros problemas de saúde. A ansiedade crônica também pode desencadear uma série de problemas físicos e emocionais, incluindo distúrbios do sono, depressão e esgotamento emocional.
Se essas patologias estão impactando negativamente a qualidade de vida, é fundamental procurar ajuda profissional. Nutricionistas, psicólogos, psiquiatras e outros profissionais de saúde mental podem fornecer apoio personalizado para lidar com essas dificuldades.
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Texto escrito por Adriana Moraes – Psicóloga especialista em Saúde Mental e Dependência Química
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INFORMAÇÕES DO AUTOR:
Dr. Claudio Jerônimo Psiquiatra especialista em transtornos mentaisFormado em Medicina pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho, o Dr. Cláudio Jerônimo da Silva possui residência médica em Psiquiatria pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho.
Registro CRM-SP nº 83201.
