Avaliações para dependentes de crack   

Dr. Claudio JerônimoPsiquiatra especialista em transtornos mentais

O Brasil é o maior mercado mundial do crack e o segundo maior de cocaína, conforme resultado de pesquisa do Instituto Nacional de Pesquisa de Políticas Públicas do Álcool e Outras Drogas (INPAD) da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). 

O prazer gerado pela droga no cérebro faz o dependente fumar até a exaustão, sem se preocupar com os riscos. Os prejuízos cognitivos do uso crônico do crack contribuem para o isolamento do indivíduo e a baixa adesão ao tratamento. Usuários de crack tendem a apresentar mais comorbidades e maior risco de suicídio.

A complexidade no diagnóstico de problemas relacionados ao consumo de substâncias psicoativas gera inúmeras possibilidades de erro, desde a elucidação do problema até sua resolução e, por fim, seu prognóstico. O profissional de saúde que trabalha com essa especialidade precisa estar familiarizado com os sistemas diagnósticos para não minimizar quadros de maior gravidade ou para não cometer o oposto, isto é, dar importância exagerada a situações em que o quadro de dependência ainda não está instalado. 

Muitos são os desafios para a realização do tratamento do dependente de crack. O processo de avaliação do usuário de crack é fundamental para elaborar o plano de cuidados. 

– Avaliação de risco: avalia a existência de problemas agudos relacionados ao uso de substâncias. Principais riscos:

– Risco de autoagressão: suicídio, automutilações, manejo de parafernália de uso;

– Risco associado ao uso de drogas: overdose, ambientes de consumo violento;

– Risco de causar dano a terceiros: ameaças à equipe, a crianças, violência domésticas, condução de veículos;

– Risco de autonegligenciamento: problemas físicos decorrentes do uso, sexo em troca de crack.

– Avaliação clínica do consumo de crack e dos critérios de gravidade: avalia se há presença de pelo menos 03 dos 07 critérios para dependência ou de outros transtornos, como uso nocivo.

1 – Compulsão para o consumo;

2 – Aumento da tolerância;

3 – Síndrome de abstinência;

4 – Alívio ou evitação da abstinência pelo aumento do consumo;

5 – Relevância do consumo;

6 – Estreitamento ou empobrecimento do repertório;

7 – Reinstalação da síndrome de dependência.

 – Avaliação motivacional: avalia o estágio motivacional do paciente para a mudança e suas expectativas em relação ao tratamento, visando a escolha da melhor abordagem, que respeite a prontidão do paciente para entrar, aderir e mudar a partir da proposta terapêutica.

– Avaliação dos fatores de proteção e de riscos: avalia as vulnerabilidades e os recursos pessoais e sociais dos quais o paciente dispõe, visando a elaboração da melhor rede de apoio possível.

– Avaliação psiquiátrica: avalia a presença de transtornos mentais associados à necessidade de medicação específica para dependência química.

– Avaliação clínica geral: avalia tanto a presença de complicações físicas decorrentes do período de consumo quanto aquelas que já existiam e foram identificadas pelo uso (exemplo: hipertensão arterial).

– Avaliação neuropsicológica: avalia a presença de alterações cognitivas. Não é uma avaliação obrigatória, mas todo profissional deve considerar a presença de alterações cognitivas entre usuários de crack.

O dependente químico tem dificuldade em conseguir desenvolver suas atividades do dia a dia sem a utilização da substância psicoativa, a droga torna-se prioridade em sua vida. O crack é uma droga poderosa, capaz de mudar o comportamento do indivíduo, deixando-o pouco disponível para o tratamento, é de extrema importância, para qualquer sinal de perturbação, procurar um psiquiatra.

Caso necessite de ajuda, agende uma consulta com o Dr. Cláudio Jerônimo!

Fonte: O tratamento do usuário de crack – Marcelo Ribeiro, Ronaldo Laranjeira (Orgs) 2ª edição – Porto Alegre: Artmed, 2012.

Texto escrito por Adriana Moraes – Psicóloga especialista em Dependência Química

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INFORMAÇÕES DO AUTOR:

Dr. Claudio Jerônimo Psiquiatra especialista em transtornos mentais

Formado em Medicina pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho, o Dr. Cláudio Jerônimo da Silva possui residência médica em Psiquiatria pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho.
Registro CRM-SP nº 83201.