Diferenças entre Luto Intenso e Depressão

Dr. Claudio JerônimoPsiquiatra especialista em transtornos mentais

depressão

A pandemia do COVID-19 causou inúmeras mortes, perdas inestimáveis de pessoas queridas. Além do sentimento de tristeza profunda pela partida de alguém, aumentou-se muito o sofrimento devido à proibição dos rituais de despedida.

Nunca se falou tanto de saúde mental! Esse novo estilo de vida com tanta dor e sofrimento devido à pandemia pode estar impactando na prevalência dos quadros depressivos, bem como, nos processos de luto.

Sabemos que a morte faz parte da vida, mas na verdade, não estamos preparados para perder alguém.Cada pessoa lida de uma forma particular durante o desenvolvimento do luto. Esse período pode durar para alguns meses e para outros anos.

A saúde mental de uma pessoa está diretamente relacionada à como ela reage frente a adversidades da vida. No luto, tanto os sintomas quanto a disposição da pessoa afetada são semelhantes com o da depressão.

Vivenciar o pesar é algo necessário, o sentimento de tristeza e a sensação de vazio, nesses casos não significam estar em depressão. O luto é um estado emocional extremamente doloroso, porém, diferenciar o luto intenso da depressão nem sempre é algo fácil.

Acompanhe abaixo algumas diferenças:

Luto intenso

– Tristeza muito relacionada à experiência da perda, que tende a diminuir com o passar das semanas e meses (duração muito variável, de semanas a vários meses, eventualmente anos);

– Tristeza ocorre “em ondas” (dores do luto), associada a lembranças da pessoa perdida;

– Tristeza e angústia mais centradas em pensamentos relacionadas à pessoa perdida;

– Pensamentos típicos: “Por que não disse à pessoa o quanto a amava, por que não convivi mais com ela?;

– Fantasias relacionadas a pensamentos suicidas: gostaria de morrer para me juntar à pessoa perdida, para revê-la.

 Depressão

– Humor deprimido constante que abrange mais que perdas; humor que não melhora com o passar do tempo (duração variável, mas a média dos episódios fica em torno de quatro meses);

– Tristeza e desânimo oscilam menos ao longo dos dias (com exceção da depressão atípica);

– Ruminações autocríticas e pessimistas abrangentes, não apenas relacionadas a uma perda;

– Pensamento típico: “nada na vida vale a pena, eu não sirvo para nada, sou um peso para as pessoas”;

– Fantasias relacionadas a pensamentos suicidas: “quero morrer para não sofrer mais” ou “quero morrer, pois não mereço mais viver, não darei mais trabalho a meus familiares”.

Finalizo lembrando que quando não há redução dos sintomas e a retomada da vida, o luto prolongado pode desencadear distúrbios psicológicos mais sérios, sendo necessária uma avaliação específica de saúde mental.

Para superar o luto intenso ou a depressão, agende já sua consulta com o Dr. Cláudio Jerônimo.

Fonte: Psicopatologia e Semiologia dos Transtornos Mentais/Paulo Dalgalarrondo. Porto Alegre – Artmed, 2019.

Texto escrito por Adriana Moraes – Psicóloga Especialista em Dependência Química

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INFORMAÇÕES DO AUTOR:

Dr. Claudio Jerônimo Psiquiatra especialista em transtornos mentais

Formado em Medicina pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho, o Dr. Cláudio Jerônimo da Silva possui residência médica em Psiquiatria pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho.
Registro CRM-SP nº 83201.